domingo, 17 de janeiro de 2010

"Tenho muito o que fazer. Preparo o meu próximo erro." (Bertolt Brecht)

Ela estava num voo de balão, não que fosse amante das alturas, mas era a forma mais rápida de tocar o céu. Ela perdeu a passagem do último foguete. Mesmo sem ela o foguete partiu e passou por ela, e rasgou o balão ao meio, e danificou tudo, e todo o ar do balão se foi, assim como o ar do seu peito - dos seus pulmões.

Foi um grito!

Ela caiu como nunca. Sua queda foi brusca e inesperadamente sabida e sábia. Ela sabe que se vence na vida ou se compreende os fatos pelo amor ou pela dor e sempre escolhe o amor, mas dificilmente é escolhida. Ela, em queda livre, pensou no amor, nos amores, amou, suplicou a quem pudesse ajudar e ouvir. Suplicou bem alto, com o mesmo desespero da certeza da queda ocorrida e da morte certa.

Foi um grito!

Sobrou apenas a alma, o corpo se foi. E tudo estava resolvido e a vida continuava e era bela e era boa. E as almas continuavam unidas e felizes como a vida deve ser.

Temperar a vida com o final feliz. Mais feliz e aqui!