domingo, 1 de dezembro de 2013

Divisor de águas, lixo, capítulo 2

Dos 13 aos 23 ela conheceu o melhor e o pior do ser humano. Conheceu as bençãos de um Deus bondoso e Sua ira, exclusão e excomunhão. Na época a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.

Se revoltou contra Aquele Deus que lhe deu e tirou tudo, incluindo a dignidade e a vontade de viver. Em certo ponto de sua dor, não queria mais filhos ou a vida, queria somente o fim. Conheceu o sofrimento, a crueldade dos cobradores de impostos, a morte de seus pais e a guerra que era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval. O residência dos nobres eram castelos fortificados, projetados para serem residências e, ao mesmo tempo, sistema de proteção.

Seu castelo, sua casa, lhe protegia do que?

A rua e o dia, mesmo que sempre nublado e cinza, eram seus consoladores. Seu andar, muitas vezes sem rumo, entre lixo, esgoto e restos devorados era o melhor que tinha. Suas noites eram temperadas no inferno.


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