segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Grand` Hotel

Sua sensibilidade esta a flor da pele. Sua energia como um espelho refletindo as luzes e as sombras. Ela entrou correndo pela Capela, seu coração puro, sentimento verdadeiro, alma lavada e corpo nú.

Ela conseguia ver a lua pela cúpula, mas a lua não a via.

Seu único pensamento era aprender a voar como os pássaros. Seus joelhos estavam doendo por suplicar sua vontade e pedir que sua vontade não fosse apenas sua. Impossível? Claro que ela pode voar! Poderá. Ela deseja voar, não como as borboletas, desta vez, ela deseja voar como as águias.

Ama as borboletas, mas o tempo, somente o tempo - com mais tempo.

E pouco importa o que se fez antes, o que foi dito antes, o que foi inventado: pode-se viver um amor Grand' Hotel.

Se a gente não dissesse tudo tão depressa,
Se não fizesse tudo tão depressa,
Se não tivesse exagerado a dose,
Podia ter vivido um grande amor.

Será preciso ficar só pra se viver?
Qual o segredo da felicidade?
Só pra se viver.

Ficar só
Só pra se viver...
Ficar só
Só pra se viver.

Mesmo sabendo que independe de sua vontade, ela deseja, reza, ora, pede, suplica missericórdia divina para aprender a voar. Do alto do penhasco é sua única alternativa ou a queda livre.

Confusa e desnorteada fica parada iluminada pelas chamas das velas na antiga e suja Capela. A Santa não se importa com suas vestes, como seu passado e muito menos com seus pedidos - apenas escuta de longe seus murmúrios.

Temperar a vida com a Chuva! Lava a alma e purifica o corpo.