Ela leu um cartaz próximo ao elevador de saida. Ficou tão impressionada com a farta leitura e todo seu significado, que aguardou a próxima partida. O cartaz dizia: "Daqui a 5 anos você estará bem próximo de ser a mesma pessoa de hoje, exceto por duas coisas: os livros que ler e as pessoas de que se aproximar."
Duas escolhas importantissimas, mas entre elas preferiu as pessoas. E pensou sobre todas que se aproximaram dela como opções, carências, destinos, por solidão, sentimentos, afinidade, ideais, caminhos certos ou errados. E concluiu que é uma pessoas melhor e em pleno desenvolvimento, crescimento e evolução por cada uma que foi ou é importante na sua vida.
Dentro do elevador, tagarelando, um amigo bastante próximo perguntou se devia arriscar. Ela não entendeu muito bem o arriscar no final da frase, mas imediatamente respondeu que sim! Arriscar é a viga e não desistir é o concreto da contrução da vida, da aproximação entre as pessoas e também de seus afastamentos. Tudo bem, ela sabe que é assim mesmo: arriscar sempre e desistir jamais de uma linda construção!
Ele desceu no andar de cama, mesa e banho e ela seguiu para utensílios domésticos, caça e pesca. Seguiu pensando nos velhos-novos riscos, dela e do amigo. Ela matutando uma plano de sobrevivência na selva e ele, certemente, comprando lençois de seda.
Ele temperou a vida com lençois de seda brancos com delicados bordados creme, marrom e com leve toque de dourado, duas almofadas, quatro travesseiros e um edredom novinho na cor café e ela com duas varas de pescar, muita isca artificial, faca de caçada, duas térmicas, uma cooler, uma lavadoura de louça e um micro ondas - afinal, ninguém é Ofélia mais.