Ele manteve-se calmo e tranquilo, mas eu sei, depois de tudo que ele me contou, que esta fachada pode ter funcionado para alguns, mas na verdade, ele estava arrasado, em pedaços e juntando as peças de uma figura inteiramente desconhecida. Os mais desatentos não perceberam.
No final da longa e injusta história contada e detalhada, eu e ele nos abraçamos e ele, aos prantos, me apertava contra seu peito. Me queria nele. Alguém que segurasse com ele, sua dor. Fui forte, seguramos juntos, pois existem algumas certezas para os puros de coração:
- não há mal que dure para sempre;
- nunca estamos sós;
- o saldo é sempre positivos (para os puros de coração);
- o que se planta se colhe;
- nossa colheita será farta.
Depois de tantas revelações eu, sem saber o que dizer ou orientar, pedi para Deus que a dor não me seja indiferente, que a morte não me encontre um dia, solitário sem ter feito o que eu queria. Pedi a Deus, principalmente, que a injustiça não me seja indiferente, pois não posso dar a outra face, se já fui machucado brutalmente.
Percebi que cantei a musica Solo le piedo a Dios, de Mercedes Sosa - foi como uma homenagem a sua luta diária por uma América latina livre, fraterna, amorosa, solidária e justa. Que a história não lhe seja indiferente (...). Esteja em paz!
Temperar a vida principalmente com: que a injustiça não me seja indiferente!
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