Como é bom escrever na primeira pessoa, não gosto de fingir que as palavras não são minhas e este trabalho, que depois vou publicar aqui, sobre inovação esta tirando o meu sono. E o fofo não pode ser na primeira pessoa. E quando me vejo, onde estou? Na primeira pessoas.
Não é que eu tenha perdido o meu ilustre hábito de escrever diariamente neste meu querido espaço, não é que inúmeras turbilhonadas de acontecimentos não estejam rolando dentro de mim, é que algumas coisas eu não consigo expressar no exato momento do acontecimento. Necessito de algum tempo para mastigar e digerir.
As palavras podem não serem claríssimas, as ideias podem não estarem na flor da organização, mas estão aqui. Verbalizadas na palavra escrita. "In memoriam". Muitas vezes.
Ontem eu li a ultima página de um livro que comecei no feriado da independência, onde a Ivete era a companhia ideal. A conclusão do livro não foi surpreendente, pois o autor descreveu os personagens de maneira a não deixar um traço do desiquilíbrio de fora da trama. O triângulo, quarteto amoroso, os filhos, família, trabalho, intrigas, idas, vindas, realidade social e econômica e tudo mais que os envolvia.
Tudo bem, não foi nada disso.
Tudo bem, o livro nem é tão bom, mas é bem real.
O que realmente me deu um nó na garganta foi uma carta de despedida que uma das amantes escreve quando seu relacionamento termina. Na verdade não é uma carta de adeus, despedida, me pareceu mais uma carta para ela ler - bem alto - para ela.
E fiquei me perguntando, nos muitos relacionamentos, como podemos exaltar que são baseados na verdade e sinceridade se a primeira atitude tomada é anular muitíssimos aspectos do eu?
"Eu sou um pedaço do todo.
Eu sou um pedaço do tudo.
... Quero estar bem longe, quero ir ainda mais longe eu quero fugir eu quero sumir, mas só por um segundo.
... Eu sou eu, mas sou meus amigos, quando eu não posso comigo ... quero voltar a ser o eu que projetei no nós enquanto eu era você ...".
Depois ela fala mais dos amigos, fala do seu corpo, fala do amor incondicional de ser mãe, fala dos seus sentimentos das diferenças dos sentimentos (paixão, amor, felicidade, alegria entre outros). Fala de felicidade e de como é difícil entender, assimilar, compreender, aceitar, este sentimento ao lado de outros com emoções muito parecidas.
Por último ela fala nele, primeiramente na emoção de estar apaixonada, envolvida e na dor da perda, mas depois fala e é sempre mais fácil fora do relacionamento, das suas fraquezas.
Ele era extremamente envolvente, apaixonante, amável, sincero, maduro, carinhoso e tinha como característica principal saber analisar onde e por onde conquistar (naturalmente), mas não se envolvia ou se comprometia.
Existe vilão nesta história? É claro que não!
Cada um se deixa iludir ao seu prazer, por sua conta e risco e no final é muito mais fácil olhar e colocar a culpa no outro e dizer que tu me iludiu ao invés de eu me deixei iludir.
Ai me lembrei das pequenas dolorosas coisas que a vida já me ensinou: que o amor termina primeiro para um e depois para o outro, que eu posso terminar um relacionamento gostando simplesmente porque eu me amo muito mais e ninguém (nem pai no céu, nem mãe na terra) me amam como eu me amo e que distância e tempo não importam para o amor.
E estou, agora, aprendendo que se deixar iludir é bom!
Temperar a vida com paixões sempre e amores algumas vezes.
sábado, 22 de setembro de 2007
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