quarta-feira, 26 de agosto de 2009

a vista além do ponto

Um dia parei para pensar sobre o ponto final e, na mente me veio muitas questões.
Depreendi então que quando um relacionamento a dois se finda, a palavra ponto final ali está presente. Quando a morte ceifa o corpo, o ponto final também se apresenta. A gramática diz que o ponto final conclui a frase.
Não consigo ver o ponto final, pois se o relacionamento findou, as lembranças deixadas jamais serão esquecidas; a morte jamais apagará a vida que para trás ficou. A morte leva um, mas para os que ficam o ponto não é o final, tampouco para o que vai é o final: ali uma nova forma de vida se inicia.
Sob meu ponto de vista, em nada vejo o ponto final. Enquanto Leonardo Boff nos diz que "cada ponto de vista é a vista de um ponto", Elanklever diz que "alguns tem seu ponto de vista, outros uma vista de algum ponto" eu prefiro propor uma vista além do ponto. Claro que cada cada qual tem seu ponto de vista; cada qual coloca sua vista em algum ponto. Eu contudo, falando de ponto, prefiro pensar nos dois pontos, na vírgula, no ponto e vírgula, na reticência,na interrogação, na exclamação.
Não tenho admiração alguma pelo ponto final, muito embora seguindo regras da gramática, ele seja utilizado quando a escrever estou. Em vários momentos lá está ele, concluindo uma frase, porém apenas como um recurso de expressão.
Quando erroneamente pensamos em colocar um ponto final – um basta – em qualquer situação que seja, tenho certeza de que ali está o início, e não o ponto final.
Neste texto não coloco um ponto final; não consigo esse desfecho, prefiro a reticência para a continuidade em qualquer momento; para que o leitor esboce seu pensamento, pois a vista sempre há de estar além do ponto.
Para mim qualquer ponto, menos o final ...

FONTE: http://www.webartigos.com/articles/4841/1/ponto-final/pagina1.html

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