sexta-feira, 28 de maio de 2010

As pessoas mudam? Por Robertson Buse.

O amor não pode ser como o vento

que ora vai para um lado, ora vai para outro.
Ora traz a bonança, ora traz a tempestade.

O amor tem que ter o aval do coração e também da razão.


Critique-se a passividade, na qual consideramos o amor simplesmente eterno.
E não é. Pode ser para Ti, mas não para quem esta contigo.

Tu podes estar seguro, porém teu companheiro (a) não esta.


Critique-se pela tua indiferença onde Tu não percebes que o amor se renova todo dia, em palavras, em gestos, em carícias, em pequenos agrados.
Critique-se pelas tuas ausências nos beijos, para a qual desculpas inúmeras são escolhidas.
Tu podes ter vindo de um tempo (teu) em que a rotina (relacionamento) era focada na materialidade e dilapidava dia a dia um patrimônio riquíssimo em amor e paixão.

Um amor pode surgir em tua vida

e querer partir, logo quando a tua atitude esta mudando
E fazendo renascer aquele sentido da vida onde o amor é o sentimento diário.
Que ele deve ser perceptível em todos os momentos

ser demonstrado, ser bebido, ser comido, ser transado

ser acordado todas as manhãs

ser deixado sobre a mesa, na pia do banheiro

Na soleira da janela, nas dobras do lençol, no brilho do olhar.

Quando o amor fracassa todos nós somos credores.
Quando o amor cresce todos nós somos investidores.

Não acredito que as pessoas mudam.
Elas criam sim, uma mudança de atitude.
Continuam com sua personalidade, seus defeitos e virtudes.
Mas podem alterar o foco de seus interesses

podem aumentar seu amor, repor ele onde estava carente.
Podem olhar para trás e ver onde erraram e consertar o presente.

Nós temos duas maneiras de mudar

Através do amor e através da dor.
Em todas as duas nos tornamos vulneráveis, no primeiro momento.
Por isso um amor verdadeiro tem que ser de coração

mas tem que ter o aval da razão.

Uma mudança, pelo amor, pode ocorrer.

Pela dor, nem tanto.
A dor esconde um sentimento de falsidade, fraqueza

vingança e perda da esperança.

Eu não quero mudar pela dor.
Ela nos deixa um gosto amargo, machuca-nos

nos torna em muitos momentos cegos e sem rumo.
Dentro dela temos a ausência e ela é sentida

não como uma saudade, mas como uma morte.
Uma ausência sem volta, sem esperança

sem futuro, no qual o passado é escondido num pigarro na garganta

numa mudança de assunto, num sexo vazio, numa lágrima escondida.

Eu quero mudar pelo amor.
Um amor presente. Que nos permitisse olhar o tempo que voa, juntos.
Poderíamos transformar nosso amor em um único amo

e viver sempre dependente um do outro.


E olhar o tempo passar e nos curtirmos

amarmos, lançar aquele olho no olho, boca na boca

Os beijos da manhã, do meio dia, da noite, do chuveiro

da calçada, da beira-mar, embaixo do cobertor

encima do molhe de frente para o mar.

Para viver eu como

eu bebo

eu respiro

EU TE AMO..

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