Jo ZÉ fina anda cançada.

Ele caminhava com passos largos e rápidos no centro da cidade. Não percebeu seu rosto sisudo e o olhar cansado da semana, seu único objetivo era chegar no recanto de paz, silêncio e tranquilidade, que ele chama de lar. No meio de tantos, com o mesmo objetivo, ficou alheio as setas de troca de pistas entre os carros. Nenhum carro dava passagem para o outro, todos eram e tinham que ser os primeiros, sem gentileza ou educação a única solução eram buzinas, pequenas colisões e muitos atravessamentos.

Pedestres não existiam, assim como faixas de segurança. Bom (...), mas alheio a tudo e a todos, em um mundo paralelo ele dobrou a esquina da Rua Treze de Maio com a Avenida Princesa Isabel e foi exatamente ali que uma grande mágica aconteceu. Sim, porque ao levantar os olhos ele sorriu - e sorrir faz parte da magia.

Era ela, toda vestida de branco contrastando com sua pele negra e cabelos grisalhos. Figura linda e sábia, encanta por doçura, paciência, voz baixa e palavras simples na hora certa. Ele não teve dúvidas: parou, se abaixou e disse que tinha vindo só para ouvir. Esta em uma fase de ouvinte, não fala nada, aguarda o tudo.

A frágil senhora negra, curvada e limitada em sua saúde, falou maravilhas. Falou de sua força, determinação, coragem e garra. Falou que há fragilidade e necessidade de carinho e compreensão - como uma criança. Adulto x Criança e que é ótimo ter este equilíbrio e ter os dois. Falou da próxima esquina, do tempo, da paciência e que já esta logo ali tudo que ele quer e deseja. Falou em códigos e em outra língua, mas ele entendeu tudo.

Ela falou para ele agradecer sempre e a cada momento ao Pai de tudo e de todos, pois nada, absolutamente nada, acontece na vida de um filho Dele, sem que ele determine.

Ele abraçou a negra, com cheiro de alfazema, e foi para casa feliz "nenhuma folha cai se não for a vontade de Deus." Que assim seja!

Temperar a vida com, além de tudo, um convite de aniversário para semana que vem ... não quero mais nada!!!